13 de novembro de 2015

[Resenha] O Cubo das Eras - Alec Silva

No futuro, a raça humana alcançou o ápice de sua ganância, forjando uma imortalidade inexistente e lidando com uma força cósmica oriunda do Criador; após séculos de inúmeras conquistas de mundos e desenvolvimento de uma tecnologia que transcende a magia, um impiedoso general trama assassinar o Criador e definir novos rumos para a Criação.

Um escritor de ficção, uma talentosa pintora e um artista marcial recebem a tarefa de continuar a missão de um misterioso alienígena e impedir que tudo o que se conhece seja destruído pelo deicídio. Contando apenas com a arma que pode matar o Criador e uma armadura inigualável, eles precisam entender os conflitos em que estão envolvidos, viajar entre mundos e períodos temporais diferentes e enfrentar oponentes violentos.

"O Cubo das Eras" é uma jornada contra a natureza humana, na qual três jovens podem decidir se a humanidade se elevará a posição divina ou encontrará, de maneira trágica, a extinção resultante de uma ambição doentia.



Editora: EX Grupo Artístico e Editora
Gênero: Fantasia Científica
Páginas: 136


O Cubo das Eras é uma novela de fantasia científica publicada pela EX Editora em junho deste ano. Novamente, Alec traz a característica autobiográfica em seu protagonista, como em A Guerra dos Criativos (assista a vídeo-resenha), mas dessa vez apenas em nuances leves, visto que o personagem se diferencia do criador em vários aspectos.

Aqui, temos um trio de jovens amigos que se depara com uma situação extraordinária. Um ataque alienígena ocorre e, em meio ao pânico dos eventos, o protagonista, Alan, se vê em posse de um objeto que mudará totalmente o destino de suas vidas. O Cubo das Eras, que a principio parecia apenas um cubo mágico conhecido no nosso mundo, se revela um artefato de poderes inimagináveis.

A narrativa tem uma pegada saudosista, dos filmes que assistimos no finado “Cinema em Casa” do SBT, mas de um jeito mais sério e mais profundo, o que vem a calhar, já que nós crescemos. Começando com o cotidiano dos personagens, a história avança de forma dinâmica., ganhando contornos cada vez mais fantásticos.

Em meio a muita ação e aventura, o autor mescla reflexões profundas, à medida em que Alan vai entendendo o Cubo e dominando seu manuseio, é feito um retrato da natureza humana, sua ganância, arrogância e psicopatia coletiva (eu inventei esse termo, não se irritem).

A escrita de Alec é competente como sempre, e concisa. Se o livro tem poucas páginas, é porque deveria ter poucas páginas. Não há excessos e o que está lá é o necessário para imergirmos na história e captarmos as nuances que o autor quis transmitir.

A jornada de Alan avança até decisões conflituosas, o que garante um bom momento de tensão e emoções à flor da pele, além de desenhar com clareza a transformação que o Cubo causa no personagem. As cenas de ação também são fortes, bem descritas e empolgantes, fazendo uma mescla agradável entre ação e reflexão.

O desfecho é excelente, e deixa o leitor pensando por um bom tempo após a leitura. O Cubo das Eras é um livro rápido, cheio de aventura, mundos extraordinários, tecnologias avançadas e criaturas fascinantes. Recomendado para amantes de fantasia, ficção científica e aventura. E pode ser adquirido por apenas R$ 2,99 (isso mesmo, não é pegadinha!).


Saiba mais sobre o trabalho do autor seguindo a página https://www.facebook.com/PseudoEscrita/.


Alguns quotes selecionados

“...não consigo imaginar Deus ou qualquer que seja a divindade que nos criou como um Ser mesquinho e carente de atenção; aliás, sinceramente, acho que Ele tem coisa muito melhor a fazer do que jogando praga e desgraça para ser cultuado.” (Préfácio)

“Enfiando a mão livre num espaço aberto por sua vontade na armadura, penetrou cada vez mais fundo em seu ventre, fuçando as entranhas em busca de um objeto que deveria ser entregue ao rapaz sob sua força; achou-o com facilidade, puxando-o para fora e pondo-o na mão espalmada do escritor, que a fechou assim que sentiu a superfície ensanguentada e quente do Cubo” (Capítulo 1)

“— Ele sangra! — vociferou Alan, indicando o sangue escuro que fluía lentamente do ferimento aberto. — Como confiam num deus que sangra tal como vocês?” (Capítulo 7)

“Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da magia” (Capítulo 9)

“— Somos uma raça falha, Miguel — continuou o amigo, fingindo ignorar aquele sinal de defesa —, por isso devemos ser extintos da Criação, em todos os níveis e universos, em cada canto e recanto, em qualquer que seja a realidade existente. Somos um erro do Criador, que ousou ir além do sonho de Deus, materializando criaturas abomináveis, dotadas de poder tanto para criar quanto para destruir.” (Capítulo 15)




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