Lúcia é
uma professora respeitada no curso de matemática da Universidade de São Paulo e
sempre enxergou a vida por meio dos números. Porém, quando sua única filha
desaparece sem deixar rastros, seu pensamento racional será abalado para
sempre.
Anos depois do sumiço da menina, a vida da professora desmoronou, ainda
que, em nenhum momento, ela tenha perdido a esperança de encontrar a filha,
Amélia. Sem a ajuda do ex-marido ou da polícia, ela luta como pode. E eis que a
chegada de um e-mail parece conter, por fim, a pista certa de alguém que
conhece o paradeiro da menina. Com um ritmo incrível e uma escrita cristalina,
a autora deixa o leitor absolutamente envolvido nessa trama misteriosa e
angustiante.
Editora: Companhia das Letras
Gênero: Drama
Páginas: 304
“Resta um” é um lançamento da Companhia das Letras, romance
de estreia de Isabela Noronha. A sinopse promete uma “trama misteriosa e
angustiante”, e a expectativa é reforçada pela inscrição na capa: “VENCEDORA DO
CURTIS BROWN PRIZE”. No entanto, ao ler “Resta um”, não foi exatamente isso que
encontrei.
A história gira em torno do desaparecimento da filha de
Lúcia, Amélia, e do drama enfrentado pela professora após o evento. A perda faz
o mundo de Lúcia desmoronar, destruindo tudo em sua vida. A narrativa começa
lenta e, ainda que a sinopse diga “com um ritmo incrível”, segue lenta e
enfadonha até o fim.
Lúcia é uma personagem com zero de carisma, e em quem todo o
foco dramático é direcionado. Assim, é difícil desenvolver empatia. Amélia tem pouquíssimos
momentos, insuficientes para que nos apeguemos a ela, o mesmo ocorre com o
marido. Não dá pra gostar de Lúcia nem de sentir pelo seu sofrimento. Em alguns
momentos, a sensação foi a de que ela era a única que merecia o sofrimento
passado.
Como narradora principal, a protagonista tem dois momentos,
o presente, anos após o desaparecimento da filha, e o passado, começando antes
do desaparecimento e seguindo os eventos após o acontecido. Em ambos, Lúcia se
mostra uma pessoa egoísta, antipática e instável.
Em certo ponto, somos apresentados a uma terceira narração,
a qual não tem data exata, marcada apenas por dias da semana. Aqui, a narração
é quase idêntica a de Lúcia, mesmo sendo em primeira pessoa, o que faz parecer
que não há uma nova personagem. Esmeraldina, bem mais velha que Lúcia, só se
diferencia pelo uso irritante de diminutivos e por conversar com plantas.
Esmeraldina = Lúcia + Esquizofrenia. Assim como a protagonista, essa personagem
é totalmente desprovida de carisma, o que só acrescenta mais e mais capítulos
enfadonhos ao livro.
O dito e-mail da sinopse demora bastante a aparecer e, após
isso, nada é como o esperado. Lúcia não luta para encontrar a filha, ela apenas
devaneia e faz coisas estúpidas. O mistério, aqui, não convence, e a trama
caminha para lugar nenhum. Personagens fazem coisas totalmente inverossímeis, os
fatos não se ligam de maneira lógica.
O desfecho, minha última esperança de salvação para a
história, é extremamente desanimador, uma saída preguiçosa e desinteressante . No fim, “Resta Um” é uma história com um
tema interessante e uma sinopse promissora, mas que se desperdiça em uma
leitura cansativa que não desperta emoção alguma.
Parece um livro interessante. Nunca tinha ouvido falar dele...
ResponderExcluirSeguindo o blog!
Beijos,
Postando Trechos
Li e gostei muito de Resta um.
ResponderExcluirLi e gostei muito de Resta um.
ResponderExcluirLi e gostei muito de Resta um.
ResponderExcluirO que acho legal em alguns blogs de resenha é a sinceridade de que as faz.
ResponderExcluirE nesse caso, noto que o livro vem de uma gigante do ramo, e mesmo assim vi uma crítica corajosa, porém legítima, verdadeira. E é isso que queremos. Esse livro foi finalista do prêmio SP de literatura para iniciantes até 40 anos, no qual o vencedor foi o livro Rebentar que trata do mesmo tema, e o qual tenho em mãos para iniciar a leitura, uma vez que tenho a pretensão de participar desse prêmio na próxima edição.
Quando possível, vou mandar o meu primeiro Romance para que possa fazer uma resenha.
ResponderExcluirFicarei grato!