20 de dezembro de 2013

O que eu assisti nessa sexta feira #1 "O ILUMINADO"



Antes de irmos ao assunto principal, gostaria de me apresentar. Meu nome é Samuel e sou autor do livro “Demônios Não Choram” – o melhor livro que você não leu em 2013 –além de exercer a profissão de contador na cidade de Belo Horizonte. Estou aqui, pela primeira vez, por um convite de Dona Caroline, a anfitriã desse doce e colorido espaço. Agradeço a ela pelo convite e pelo grande montante de dinheiro com o qual me remunerará por este singelo trabalho.

Se Deus quiser (e o diabo deixar), estarei aqui todas as sextas-feiras trazendo o melhor (e talvez o pior) do cinema de suspense e terror. E quando eu digo terror, eu quero dizer TERROR, e não carnificinas gratuitas que não amedrontam nem mesmo um criancinhas de colo.

Feitas as devidas apresentações, vamos ao que interessa.





Durante o inverno, um homem, é contratado para ficar como vigia em um hotel no Colorado, e vai para lá com a mulher e seu filho. Porém, o contínuo isolamento começa a lhe causar problemas mentais sérios e ele vai se tornado cada vez mais agressivo e perigoso, ao mesmo tempo que seu filho passa a ter visões de acontecimentos ocorridos no passado, que também foram causados pelo isolamento excessivo.




Título
The Shining (Original)

Ano produção
1980

Dirigido por
Estreia
25 de Dezembro de 1980 ( Brasil )

Duração
146 minutos

Classificação
Não recomendado para menores de 14 anos

Gênero
Mistério, Terror
Países de Origem






O ILUMINADO

O Iluminado é um filme de Stanley Kubrick adaptado do romance homônimo de Stephen King, e acompanha um recorte da vida de Jack Torrance, desempregado e escritor frustrado, que aceita um trabalho como vigia de um grande hotel de luxo que fecha durante o severo inverno do local.

Jack vê no trabalho a oportunidade de finalmente escrever seu romance e, ao mesmo tempo, garantir uma boa renda sem muito esforço. Mas suas expectativas não podiam ser mais frustradas.
 

O filme começa com uma panorâmica aérea, seguindo o carro de Jack em direção ao hotel. A trilha sonora e a paisagem gelada e desértica são suficientes para um pequeno frio na barriga. Assim que Jack entra no hotel, fica evidente o estilo inigualável de filmar de Kubrick, o traveling suave e preciso; a nitidez absurda; a iluminação perfeita; e a fotografia colorida e ao mesmo tempo opaca.

Na sequencia temos a primeira aparição de Danny, com seu olhar assustadoramente perdido, ao lado de uma Shelley Duvall já sofrida e aterrorizada pela loucura de um diretor perfeccionista.

A família finalmente se acomoda no hotel, e então...

Quem nunca viu O Iluminado, e não conhece nada a respeito, pode esperar um hotel mal assombrado por fantasmas carregando foices e facas de cozinha, mas nada disso acontece, não nesse filme. Há aparições, é claro. Mas cada uma delas é perturbadora sem precisar apelar para carnificina. Na verdade, são mais assustadoras que qualquer filme e terror que transborde à violência e sadismo.



E, deixando de lado as “aparições”, temos o ponto mais assustador do filme, que não é devido a forças sobrenaturais ou maníacos assassinos, e sim a uma fragilidade humana a qual todos somos propensos: A Loucura.

Na medida em que os dias passam, o personagem de Jack Nicholson mergulha em uma mudança drástica em seu comportamento, passando a ser temido até mesmo pela esposa.

Claro que há coisas terrivelmente assustadoras no filme, como o passeio solitário do pequeno Danny pelos corredores do hotel, tendo como trilha sonora apenas o ruído das rodas de seu triciclo contra o assoalho; as gêmeas aterrorizantes com seus vestidos azul e branco; e até mesmo o mar de sangue que inexplicavelmente jorra das portas do elevador. Mas o que mais amedronta é a loucura de Jack. Spielberg que me perdoe, mas nem mesmo a genial trilha sonora de duas notas composta por John Williams para Tubarão é mais angustiante que o som solitário daquela bola de tênis que encontra a parede e volta para as mãos de Jack incessantemente.

Há quem critique a performance ímpar de Shelley Duvall, mas sabemos que aquilo é medo puro e autêntico. Talvez não do marido enlouquecido, mas do Diretor carrasco que insistia em lhe atormentar em busca da tomada parfeita. Mas, ainda assim, é medo, e medo dos bons.

A atuação do pequeno Danny Lloyd também é algo extraordinário, pois nos afeta muito mais que qualquer criança histérica e amedrontada.


Stanley Kubrick fez tudo isso com apenas duas mortes durante os 146 minutos de filme. E, diga-se de passagem, duas mortes totalmente “sem graça”. Isso só me faz crer que Kubrick faz muita falta, e que os novos diretores ainda têm muito a apreender sobre o que é um verdadeiro terror.


O AUTOR DO CRIME

O responsável por essa obra ímpar de inestimável importância para o cinema é um dos mais geniais diretores do todos os tempos. Stanley Kubrick tem uma filmografia impecável, recheada de filmes fantásticos e perturbadores. (Saiba mais sobre o diretor aqui

Em “O Iluminado”, Kubrick moldou a obra de Stephen King ao seu Bel-prazer. King talvez não tenha gostado, já que tratou de fazer sua própria versão audiovisual da obra em 1997. Mas ele sabe que o filme de 1980 é irreparável e insuperável.

Durante as filmagens o diretor costumava telefonar para o escritor e fazer-lhe perguntas totalmente descabidas como: “você acredita em Deus?”. O que deixava Stephen King furioso.

Reza a lenda que Kubrick gastou 390 mil metros de película para filmar “O Iluminado”, sendo que o material usado para compor o filme corresponde a 1% desse montante. Dizem ainda que o diretor, em seu perfeccionismo desvairado, obrigou a atriz Shelley Duvall a repetir uma mesma cena mais de 100 vezes, além de tratá-la muito mal durante as filmagens.


Azar o dela, sorte a nossa.


Até a próxima sexta e tenham doces pesadelos essa noite

5 comentários:

  1. Êeeeee
    Comentei!
    :)
    Shelley mora no meu coração! <3

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  2. Oi Samuel,
    tudo bem?
    Que bom vê-lo por aqui.
    Engraçado, eu adorava filmes de terror, quando eu era mais nova, mas agora, não gosto mais. Não sei porque.
    Mas já vi vários, inclusive esse que você comentou.
    E devo confessar, não me deu nenhum pouquinho de medo. Inclusive, não me bata, mas achei ele bem bobo, acho que é minha implicância com o autor do livro, no qual o filme foi baseado.
    Nunca consegui ler nenhum livro dele até o final, pois a escrita dele é super monótona, muito descritiva, muito mesmo, chega a ser cansativo.
    E na época, todos comentavam sobre o livro. Então, eu fui ver o filme, e não gostei.
    Então, desafio você a na próxima sexta me deixar realmente com medo!!!
    beijinhos.
    Cila- leitora voraz
    http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/

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  3. Samuel que máximo amei sua participação aqui no blog da Carolina e essa coluna será um sucesso já vi. Sempre fui medrosa e nunca encarei esse filme, mas tenho vontade. Concordo com vc que esses filmes atuais considerados terror não passam de uma carnificina sem sentido. Lembro que os filmes sexto sentido e os outros me assustaram muito, mas pelo suspense que qualquer coisa, nunca vi filmes como jogos mortais, acho violência demais =\ tento me poupar, mas enfim parabéns e sucesso.

    Comecei a ler seu livro e com certeza em janeiro teremos resenha dele lá no blog. Parabéns pelo talento, sua narrativa é envolvente e instigante.

    Leituras, vida e paixões!!!

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  4. oiii Samuel, demorei mas vim conferir sua crítica cinematográfica!
    Esse filme sim é seu estilo, bem a sua cara (lembra do papo do medo, cof cof #Leo#, kkkk)
    Eu nunca vi esse filme. Tive uma fase muiiito viciada em terror, mas hoje em dia curto mais suspense (embora esse filme pareça ser os dois, rs). Mas ainda vou ver o filme, de tanto ouvir falar bem, rs
    beijos
    http://meumundinhoficticio.blogspot.com.br/

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